Sessão 2

Inovação aberta: ecossistema de inovação como instrumento de transformação das indústrias tradicionais

Nos últimos anos, o conceito de inovação aberta avançou significativamente para as práticas de negócios corporativos no Brasil. Os números são expressivos. Em 2018, 2.740 negócios foram fechados por fundos de investimentos de empresas com startups. Em 2017 esse número era 2.068. O valor dos negócios também aumentou consideravelmente: de US$ 36,1 milhões para US$ 53 milhões em 2018.

Esse fato é evidenciado também pelo expressivo crescimento do número de empresas tradicionais equipadas com disponibilidade de capital e infraestrutura para a realização de investimentos, mas que ainda possuem burocracias técnicas e fiscais que limitam suas incursões fundamentais em novas tecnologias.

Nos últimos cinco anos, uma cultura mais difundida de iniciativas de Corporate Venture (CV) se difundiu no Brasil, principalmente em incubadoras, aceleradoras e programas de aceleração. Mas as iniciativas de Corporate Venture Capital (CVC) puro, ou seja, com empresas investindo em novas empresas, são mais recentes no país. A Wyara, da Telefônica, por exemplo, é uma das aceleradoras corporativas pioneiras com participação nas startups. Atualmente, no mundo, mais da metade das empresas têm iniciativas de CV, e, dentre as 100 maiores, essa porcentagem vai para 70%. No Brasil esse percentual é mais baixo, mas existem iniciativas mais comuns, como o Venture Building, por exemplo, no qual a busca é por empreendedores para formar um time, compartilhar recursos e trocar experiências.

No cenário atual, as empresas tradicionais estão, diariamente, ameaçadas. Já as startups estão de olho na receita das corporações, com um time que trabalha 24 horas por dia e sete dias por semana para “disruptar” o mercado, conquistar receitas, e até criar novas. Hoje, as inciativas de CV são respostas organizacionais que começam a surgir como consenso, assim como as áreas de marketing, recursos humanos, auditoria, vendas, etc. Essa já é uma prática mandatória para sobreviver e protagonizar a nova onda de inovação que vem por aí.

Com o avanço da tecnologia, as empresas perceberam que, sozinhas, não seriam capazes de superar as dificuldades do mercado. E as startups, com estruturas mais enxutas e custos menores, perceberam a importância da expertise e dos recursos da corporação. Se bem desenhada, essa relação é benéfica para ambos os lados.

Durante a chamada de trabalho da 30ª edição da Conferência Anprotec iremos discutir sobre o papel do ecossistema de inovação como instrumento de transformação das indústrias tradicionais a partir de iniciativas de inovação aberta.

INSCREVA-SE