Na tarde desta terça-feira (7), foi realizada a primeira trilha da 33ª Conferência Anprotec, que convidou especialistas do ecossistema de inovação brasileiro para um painel com o tema “Ecossistemas empreendedores em meio às transformações tecnológicas”.
A trilha contou com a participação de Guila Calheiros, secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação no MCTI, Marcelo dos Santos coordenador geral da Incubadora do Sertão Maker (IFSertãoPE), Edgar Andrade, CEO da FabLab Recife, e com a moderação de Adriana Faria, diretora executiva do Centro Tecnológico de Desenvolvimento Regional de Viçosa (tecnoPARQ/UFV).
A trilha abordou sobre a importância da criação, desenvolvimento e consolidação de ecossistemas de empreendedorismo inovador para o desenvolvimento socioeconômico das regiões.
A discussão partiu da desmistificação e popularização do que é o ecossistema de inovação e quais as suas possibilidades para a sociedade. Neste sentido, Marcelo dos Santos discorreu sobre a necessidade de se capacitar e reter talentos para atuar localmente. “Precisamos fomentar comunidades e investir em pessoas, não basta criar novas incubadoras, a evolução acontece quando a população entende o que é uma incubadora, uma aceleradora ou uma startup. Só assim construímos um ambiente receptivo para ideias inovadoras de diferentes realidades”.
Na sequência, Guila Calheiros, complementou o discurso do Marcelo, apontando um dos desafios do país na disseminação de conhecimento relacionado ao ecossistema de inovação: a falta de conexão entre instituições que promovem o empreendedorismo. “Nós temos diversos programas de desenvolvimento ao empreendedorismo em diferentes etapas, mas essas iniciativas não conversam entre si. Nosso papel no ministério é criar um conjunto de ações que se conectam ao longo de um percurso. Temos que criar condições, viabilizar apoio e criar um caminho para os novos empreendedores”.
A descentralização da inovação foi o tópico abordado por Edgar Andrade, que apontou que toda a inovação depende da capacidade de reunir pessoas. Segundo ele, as ideias mais inovadoras não estão nos prédios de grandes instituições, mas sim em encontros informais que permitem que as pessoas se expressem e tragam soluções para suas realidades.
“O empoderamento vem com autonomia, temos que oferecer às pessoas condições para elas inovarem. O Brasil virou o país do futebol porque havia um campo em cada quarteirão, e temos que fazer isso com os espaços de inovação. Precisamos criar condições para que todos possam inovar e trazer impactos para suas comunidades”, concluiu Edgar.