Dando continuidade à Conferência Anprotec, a trilha 2 ‘Transformando pesquisa em soluções para a sociedade’ da Conferência Anprotec 2021, foi realizada na noite desta quarta-feira (10). Rodrigo Mendes, diretor de Relações Internacionais da Anprotec, realizou a condução da discussão. Estavam presentes os convidados, Cristiano Gonçalves Pereira, gerente de inovação do Instituto Butantan, Flávio de Souza Marinho, gerente de tecnologia e inovação do SENAI CIMATEC e Raul Osório Rosinha, coordenador da Rede Interna de Inovação e Negócios da Secretaria de Negócios da Embrapa.
A discussão da trilha girou em torno da importância da conexão entre startups e a academia, além da necessidade de impulsionar o potencial empresarial ao promover colaborações universidade-empresa para facilitar as aplicações da pesquisa na indústria de inovação. Assim, os ambientes de inovação podem ter um papel chave nessa conexão entre empresas e academia, potencializando que o conhecimento gerado seja aplicado na sociedade.
Na sequência a abertura, foi realizada a primeira apresentação, Raul Rosinha, apresentou o Sistema de Inovação Aberta da Embrapa. Ele explicou que a maior missão da empresa é viabilizar soluções de pesquisa, desenvolvimento e inovação para a sustentabilidade da agricultura, em benefício da sociedade brasileira. Como exemplo de cooperação de competências para desenvolvimento de soluções tecnológicas, apresentou o case do robô com inteligência artificial para análise de solos de agricultura, o agrorobot, como exemplo de inovação aberta.
A seguir, Flávio de Souza Marinho, Gerente de Tecnologia e Inovação, exibiu o olhar e as ações do Senai Cimatec como centro de tecnologia, ciência e educação da indústria no Brasil. Ele demonstrou iniciativas da instituição e ressaltou a importância da conexão entre ciência, tecnologia e inovação. Como case para exemplificação, apresentou o projeto Flatfish, uma solução em robótica autônoma para águas profundas, uma união entre conhecimento científico, tecnologia e inovação + mercado.
Segundo Marinho, “ É daí que nascem as grandes soluções, é a partir da compreensão de problemas relevantes, somado ao interesse estratégico e junção de competências tecnológicas”, afirmou.
Cristiano Gonçalves Pereira, do Instituto Butantan, deu seguimento à discussão ressaltando as características do Instituto que focam na aplicação da ciência e tecnologia desenvolvida na sociedade. Ele trouxe o exemplo das vacinas Coronavac e Butanvac, sendo a segunda, produzida integralmente por meio de competências tecnológicas desenvolvidas no Brasil, com foco em abastecer a demanda da imunização contra a Covid-19 que possui muitos países mas poucos produtores.
Rodrigo Mendes pontuou que ambas as três instituições presentes atuam em ciência, mesmo que em diferentes áreas, mas que são interessadas no resultado e aplicação das novas tecnologias na sociedade.
Raul explicou que desenvolver competências internas foi importante para a Embrapa garantir o abastecimento da população sem depender dos outros países. E afirmou que por mais que exista um amplo conjunto de competências, sempre vai existir a necessidade de uma interação com outras empresas, não como opção, mas por obrigatoriedade.
“Sempre vai haver uma competência tecnológica que sua empresa não possui. É necessário equilíbrio entre empresas privadas (startups e grandes empresas) e a academia produzindo ciência, ambas precisam se conectar com interação e soma de forças que complementam as competências”, ressaltou.
Cristiano Gonçalves ponderou que a pesquisa ainda se mostra muito distante na aplicação das tecnologias desenvolvidas na indústria, e explicou que as dores não são as mesmas na universidade e empresa e por isso a solução vai ser a interação entre ambas, uma permeando a outra.
Rodrigo concluiu a discussão agradecendo aos convidados e ressaltando a importância da continuidade do tema discutido para o desenvolvimento das competências tecnológicas por meio da cooperação entre indústria e universidade, bem como para a tecnologia independente do país.