A atuação como investidor privado passa por um cenário de muitas incertezas. As curvas acontecem de forma acelerada e, neste contexto, um dos principais desafios é encontrar o projeto certo na hora certa.
Esse foi o tema do painel “Sessão de dúvidas e propostas para Investimentos Privados”, que aconteceu durante a 30ª Conferência Anprotec de Empreendedorismo e Ambientes de Inovação. O evento foi realizado em formato online.
O painel teve a participação de Derek Lundgren Bittar, co-fundador da Indicator Capital, João Ventura, CEO da Sling Capital e Andrea Oliveira, co-fundadora e CEO da Positive Ventures. Rosana Jamal, diretora de empresas da Anprotec ficou responsável pela moderação do painel.
O primeiro participante a falar foi João Ventura, que tratou sobre a importância dos dados para auxiliar as instituições e os investidores. “Sempre me incomodou que no Brasil não tínhamos muitas informações sobre o ecossistema. Por isso, em fevereiro, nós começamos a organizar informações sobre aceleradoras, incubadoras e outros ambientes, para criar um banco de dados, inicialmente aberto, para facilitar as conexões entre os atores”.
A Sling Hub é uma plataforma de dados de inteligência, com informações detalhadas sobre mais de 13 mil startups brasileiras, além de aceleradoras, incubadoras e investidores e outros ambientes.
Na sequência, Derek Bittar comentou sobre a curva da disrupção das tecnologias. “Após a disrupção, a tecnologia é desmaterializada, ou seja ela pode ser utilizada de maneira remota, com o home office em alta estamos vendo muito isso, o próximo passo é a desmonetização, hoje nós vemos o YouTube, Zoom e outras plataformas que possuem versões gratuitas, e por último, a democratização, quando a tecnologia está acessível para grande parte da população”.
O ponto central do Venture Capital é buscar essa tecnologia que irá se deslocar ao longo dessa curva em empresas atuantes e existentes.
Por último, Andrea Oliveira abordou a questão do investimento de impacto e as especificidades do Brasil neste cenário. “Estamos em um ambiente favorável para este tipo de investimento. Alguns pontos que ressaltam esse momento é a nossa infraestrutura tech, a oferta de liquidez em todo o espectro do setor, taxa de juros no menor patamar da história, nova geração de empreendedores, cases de unicórnios nos últimos quatro anos e também a transformação digital que estamos presenciando”.
Soma-se esses fatores ao fato de o Brasil ser um país continental com um dos maiores mercados internos do mundo, mas com diversas ineficiências a serem exploradas por empreendedores, principalmente em serviços e produtos essenciais torna o Brasil um país potencial para o investidor de impacto.
Em complemento, Rosana Jamal acrescenta que além dos benefícios para a sociedade, este modelo ainda é lucrativo para o investidor. “Muitas pessoas confundem a palavra ‘impacto’ com beneficente ou sem fins lucrativos, mas não, o investimento de impacto é lucrativo sim e possui um grande potencial de retorno”.
Após as apresentações, os painelistas responderam as perguntas realizadas pelos participantes sobre o tema.