Na tarde do dia 24 de novembro, o professor Ricardo Yogui, especialista em inovação, conselheiro de empresas e mentor em programas estratégicos de inovação, ministrou a Oficina Desafios Inovação Aberta durante a 30ª edição da Conferência Anprotec de Empreendedorismo e Ambientes de Inovação.
Yogui iniciou sua aula se apresentando e conhecendo o perfil dos participantes por interações através do menti.com. Ao questioná-los sobre os principais desafios para a inovação, surgiram pontos como governança, conexão, cultura organizacional, burocracia, estratégia, relação empresa-universidade e infraestrutura.
Em seguida, o professor perguntou para a audiência virtual o que significa inovação aberta para eles. Respostas como oportunidades, conexões, colaboração, parceria, agilidade de desenvolvimento e futuro apareceram na tela para reflexão.
Nesse contexto, antes de falar sobre a nova economia, Ricardo Yogui apresentou um panorama histórico aos participantes, desde a primeira revolução industrial até a indústria 4.0, seguindo para o conceito de “mundo vuca” (volatility, uncertainty, complexity e ambiguity. Em português: volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade).
Após os anos 2000, com o desenvolvimento tecnológico, o termo passou a ser utilizado para explicar o cenário empresarial atual, no qual as organizações precisam lidar com novos desafios relacionados às inovações tecnológicas e modelos de negócios. Para que as empresas consigam se sobressair e conquistar espaço no mercado é necessário que se adaptem para reduzir os efeitos colaterais desse cenário.
Depois de “mundo vuca”, outro conceito apresentado pelo professor Ricardo Yougi durante a Oficina foi o do “cisne negro”, ou seja, um evento raro com grande impacto na sociedade. Explicável, mas impossível de ser previsto apenas analisando o passado”. De acordo com o Yogui, os cisnes negros estão cada vez mais frequentes, como o acidente de Chernobyl nos anos 80, a bolha da internet nos anos 2000, a crise econômica de 2008 e a pandemia mundial de Covid-19. “São múltiplas causas que geram múltiplos efeitos e todos são interdependentes”, explicou o professor.
No ‘mundo vuca’ e com ‘cisnes negros’ cada vez mais frequentes, os ecossistemas frágeis sofrem; os robustos neutralizam a situação com inovações pontuais, e os antifragéis se fortalecem com a inovação contínua.
Assim, Yogui apresentou as principais diferenças entre a velha e a nova economia:
Velha economia | Nova economia |
Competição | Colaboração |
Desconfiança | Confiança |
Excelência no produto | Experiência diferenciada |
Massificação | Personalização/customização |
Inovação fechada | Inovação aberta |
Transacional | Relacional |
“Precisamos resgatar a essência do ecossistema. Inovação não é só startup. É importante entender o momento e que software é mais importante que hardware. É preciso reinventar processos, com novos modelos de interação e transferência de tecnologia e conhecimento. A atuação em redes dinâmicas e colaborativas é fundamental, já que a soma das partes é maior que o todo”, disse o professor Yogui, também apontando que as organizações não são estáticas, e precisam estar em constante transformação, como a Disney e o Magazine Luiza, por exemplo.
Dentro desse contexto, uma proposta é o localismo em distritos de inovação, ou seja, a economia local, com ativos econômicos, físicos e de network, orquestrada pela academia.