A segunda sessão plenária do Innovation Summit, que aconteceu hoje pela manhã (13/8), em Florianópolis/SC, tratou sobre a participação dos investidores para contribuir com cenário brasileiro de startups e negócios inovadores. A plenária teve como tema “Investimento Inteligente: Como investidores podem contribuir para unicórnios brasileiros”.
A sessão foi moderada por Andrea Minardi, professora do Insper e Membro do Comitê da Business Association of Latin American Studies (BALAS), e foram convidados Carlos Kokron, vice-presidente e diretor administrativo da Qualcomm Ventures América do Norte, e Douglas Resmini Balena, diretor de operações da RD Station.
O fenômeno das startups é percebido hoje em todo o mundo como uma das modalidades mais relevantes para promover a aproximação entre universidades e empresas. Além do significado econômico da transformação de conhecimento em emprego e renda, as startups são portadoras de uma mudança cultural no meio acadêmico.
Para que os seus impactos econômicos e sociais sejam ampliados é preciso que essas empresas cresçam de forma sustentável, o que pressupõe a existência de mecanismos de investimento que financiem este crescimento, transformando-as em empresas “scale-ups” e, em alguns casos, nos chamados unicórnios, com valor de mercado da ordem de US$ 1 bilhão.
Com mais de 20 anos de atuação com investimentos, Kokron iniciou a apresentação destacando a importância do alinhamento entre investidores e empreendedores. “Da mesma forma que o investidor faz a diligência e passa semanas analisando o mercado, o empreendedor também deveria fazer o mesmo para escolher como deseja receber o investimento. Atualmente, existem muitas fontes de capital, esse é um movimento que tem crescido muito nos últimos oito anos. Então essa participação dos dois lados é essencial” introduziu Kokron.
Para complementar, Resmini apontou algumas das dúvidas que são frequentes entre os empreendedores que ainda não compreendem a fundo as especificidades de diferentes modelos de investimentos. “O mercado brasileiro está em uma linha de muitos empreendedores descobrindo fundos de investimento, são muitas opções, o que acaba confundindo-os um pouco. Eu sempre digo que um empreendedor deve investir em um bom advogado especializado nessa área, não por receio de ser passado para trás mas sim para que ele explique melhor as características de cada modelo” afirmou Resmini.
Em relação aos unicórnios, Resmini salientou que por mais que a expressão tenha ganhado força nos últimos anos – principalmente com o surgimento dos unicórnios brasileiros no último ano – o assunto não faz parte dos objetivos da Resultados Digitais. “Não temos nenhum tipo de vinculação estratégica com essa métrica, o que temos é um plano de longo prazo, aberto de maneira transparente com os colaboradores. Nossas decisões estão mirando para IPO, com foco em maximizar o retorno para os acionistas. O momento de saída não é algo que traçamos no momento”.
Até janeiro de 2018, nenhuma startup brasileira havia alcançado o patamar de unicórnio. De lá para cá, seis empresas já integram a lista de unicórnios brasileiros, sendo elas 99, Nubank, Movile, Stone, Arco e Gympass. Kokron, ressaltou esse potencial de crescimento das empresas brasileiras mesmo em momentos críticos na economia do país. “As empresas estão crescendo de 70% a 80% por ano, mesmo com o cenário econômico do Brasil, isso mostra que a oportunidade de criação de valor é real. Os tempos mudaram, o crescimento agora é questão de sobrevivência” finaliza.