Com o objetivo de disseminar o conhecimento sobre empreendedorismo de impacto, conectar e incentivar agentes do ecossistema local – dando recomendações e fazendo provocações – e apresentar modelos de negócios para engajar investidores, empreendedores, gestores públicos, acadêmicos, aceleradoras, incubadoras, estudantes e líderes de grandes empresas, o Fórum de Finanças Sociais e Negócios de Impacto teve sua primeira edição regional hoje, 2 de outubro, em Brasília, no Espaço Caixa Cultural.
O evento – que já teve três edições em São Paulo (2014, 2016 e 2018), com cerca de 2.300 participantes – contou, na capital do país, com o tema central “O alinhamento e o engajamento da temática em todos os ecossistemas de Brasília”, e explorou o debate sobre como setores tradicionais estão incluindo os negócios de impacto na agenda. Também foram apresentadas iniciativas nacionais e estratégias sobre o tema.
Durante a abertura, Deise Nicoleto, fundadora e diretora do Impact Hub Brasília, agradeceu o apoio de todos e falou um pouco sobre o evento. “O Fórum teve início em São Paulo, mas com o crescimento da iniciativa, sentimos a necessidade de regionalizar as discussões sobre como adereçar problemas e melhorar a sociedade em que vivemos”.
“É um tema apaixonante. Em Brasília, acabamos olhando muito para o país, e dando pouca atenção para a nossa cidade. Fiquei muito feliz por descobrir muitas instituições e atores maravilhosos no setor de impacto no Distrito Federal e no Centro-Oeste. Espero ter, ao final do dia, mais alguns viciados nessa causa: empreender com sucesso e escalabilidade, mas com foco em resumir problemas sociais”, disse a superintendente executiva da Anprotec, Sheila Pires, durante a abertura.
Iniciativas Nacionais de Fomento ao Campo dos Negócios de Impacto no Brasil
Além da abertura do evento, Sheila também participou do painel que debateu sobre Iniciativas Nacionais de Fomento ao Campo dos Negócios de Impacto no Brasil, juntamente com Luiz Augusto de Souza Ferreira, da ABDI, Lucas Maciel, do MDIC, Beto Scretas, do ICE, e Emiliano Graziano, da BASF.
De acordo com a superintendente executiva da Anprotec, as primeiras incubadoras do Brasil começaram a surgir em 1984, espelhadas em modelos internacionais, para estimular a geração de empreendimentos inovadores nas mais diversas localidades. “As incubadoras sempre tiveram o propósito de gerar emprego e renda, mas também de agregar questões socioeconômicas, contribuindo com o desenvolvimento das localidades, e sendo socialmente responsáveis”, explicou Sheila, que complementou “É importante que os empreendedores estejam cada vez mais preocupados em transformar o meio em que estão. E isso vem das atitudes, colocando no mercado produtos que irão resolver problemas sociais. Isso é muito importante, principalmente em países em desenvolvimento, como o Brasil”.
Após contextualizar a atuação das incubadoras e outros ambientes de inovação dentro desse tema, Sheila falou sobre o Programa de Incubação e Aceleração de Impacto, que tem o objetivo de mobilizar incubadoras e aceleradoras de todo o Brasil para a atração, seleção e acompanhamento de negócios de impacto social e ambiental. Para isso, a iniciativa capacita estes ambientes de inovação e auxilia-os na criação de planos de ação nessa temática.
“A 4ª rodada foi lançada durante a Conferência Anprotec e pretendemos selecionar de 20 a 25 ambientes. Nossa meta já foi alcançada, pois o Programa já capacitou 10% das incubadoras do país. Nosso desafio é integrar os ambientes de inovação da região Norte”, disse a superintendente, que também destacou a atuação dos líderes temáticos da Anprotec que atuam com esse foco: criação de valor compartilhado com impacto positivo, e negócios de impacto social.