Com a coordenação do presidente da Anprotec, Jorge Luis Nicolas Audy, o “25º Workshop Anprotec” aconteceu nesta segunda-feira (23) e abordou o tema “Governança de Parques Tecnológicos”, assunto cada vez mais importante na agenda dos gestores de ecossistemas de inovação no Brasil.
A atividade incluiu uma palestra magna sobre o tema com Luis Sanz, diretor-geral da Associação Internacional de Parques Tecnológicos (IASP). Em seguida, foi realizado um painel que discutiu aspectos relevantes, desafios e tendências dos modelos de governança de parques tecnológicos no Brasil, com palestras que abordaram cases e a visão dos ecossistemas de inovação.
O painel foi coordenado por Luis Afonso Bermúdez, presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae/DF e ex-presidente da Anprotec, e contou com a participação de Carolina Leite Amaral Fontoura, assessora jurídica do Parque Tecnológico da UFRJ; Guilherme Calheiros, diretor de Inovação e Competitividade do Porto Digital; e Eduardo Giugliani, coordenador de Projetos Estratégicos do Tecnopuc RS.
Para Luís Sanz a estrutura jurídica de ambientes de inovação é um terreno extremamente delicado: “Quando falamos de governança de parques científicos e tecnológicos temos que traçar uma linha entre dois temas: a propriedade e a gestão. É preciso pensar sobre a relação de dependecia entre ambos”. Sanz também ressaltou a importância da formação dos conselhos diretores com composição mista e equilibrada. Quanto à gestão, ele afirma ser preciso dar amplos poderes ao gestor e realizar uma prestação de contas rigorosa para garantir a transparência e evitar a burocracia.
No painel “Modelos de Governança”, Guilherme Calheiros, do Porto Digital, citou os modelos de gestão e de natureza jurídica dos parques brasileiros públicos (empresa publica, fundação pública, organização social, administração pública direta, sociedade de economia mista); e privados (fundação privada, associação sem fins lucrativos).
Eduardo Giugliani, do Tecnopuc, ressaltou a importância de se adaptar e alinhar práticas do mundo corporativo ao contexto dos parques. Segundo ele, é preciso identificar conhecimentos críticos para potencializar a resiliência. Já Carolina Fontoura, assessora jurídica do Parque Tecnológico da UFRJ, ressaltou a importância do aspecto jurídico para a governança dos parques, sobretudo devido à preponderância pública desses ambientes, que traz desafios relacionados à questão da legalidade.
“Apoiar um parque tecnológico é mais do que contribuir para a inovação, é cumprir um dever constitucional”, disse ao ressaltar o papel do poder público no apoio à inovação. Ela citou ainda o projeto de lei 5.752/2016, que cria a figura dos centros de pesquisa de empresas e reconhece a função delas como um agente importante do ambiente de inovação.
* Fonte: Conferência Anprotec