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Com mais de 200 inscritos, o ELAN Network Brazil 2017 começou, nesta quinta-feira (5), na sede da FIESP, em São Paulo. As inscrições ainda estão abertas e a expetativas é que o número de empresas aumente até amanhã (6), quando ocorrerão as rodadas de negócios. Até o momento, 65 empresas brasileiras e europeias estão cadastradas para a rodada.
A mesa de abertura do evento foi composta por Maika Gorostidi, diretora de relações internacionais do Centro Tecnológico Tecnalia; Antônio Fernando G. Bessa, diretor titular adjunto do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Derex) da FIESP; Rômulo Oliveira, coordenador da Rede ELAN no Brasil e José Aranha, vice-presidente da Anprotec.
Na primeira sessão do dia, Priscilla Franklim Martins, coordenadora executiva do ComSaude – Comitê da Cadeia Produtiva de Saúde e Biotecnologia da FIESP, destacou a proximidade do Comitê ao setor público e analisou o ecossistema de saúde no Brasil. Já Donizetti Louro, coordenador de tecnologia e inovação da ABIMO, falou sobre os desafios relacionados a equipamentos médicos, hospitalares e laboratórios, inclusive sistemas ciberfísicos, Internet das Coisas e a interoperabilidade de sistemas e segurança.
Durante a segunda sessão, Eduardo Emrich Soares, CEO da Biominas, frisou as iniciativas da instituição para fomentar inovação no ecossistema brasileiro, enquanto Fernando Kreutz, Diretor da FK Biotech e conselheiro da Anprotec, abordou os desafios na área de biotecnologia no nosso país, a questão da propriedade intelectual, interação com as universidades e acesso a financiamento, entre outros temas.
Em entrevista à Anprotec, Kreutz ressaltou que “estabelecer parcerias entre empresas da União Europeia, do Brasil e da América Latina é fundamental. Essa interação deve focar nas empresas, que são os veículos de inovação. A inovação só se cristaliza, só toca o chão na indústria. Eventos como este proporcionado pela Rede ELAN criam essa consciência de que há oportunidades e que as instituições têm que se articular para que essas oportunidades se tornem realizações concretas”.
O terceiro painel do evento focou nos obstáculos regulatórios com reflexo nos setores de biotecnologia e saúde, tanto no Brasil, quanto na União Europeia. Eduardo Oliveira, coordenador de infraestrutura física e tecnológica da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) destacou os avanços que o país teve na área de inovação desde a criação da Lei de Inovação, embora tenha um longo caminho para diminuir o déficit comercial na área de saúde, ainda bastante concentrado em produtos de alta tecnologia. João Reis, CEO e sócio da Nanosens Brasil, empresa belgo-brasileira especializada em diagnósticos in vitro e situada no Supera Parque, em Ribeirão Preto, ressaltou que o ambiente de negócios brasileiro é complexo, em especial na área de saúde, mas que seus sócios europeus veem o país como uma imensa oportunidade, com seus 200 milhões de habitantes, sendo, por exemplo, o 5º maior mercado farmacêutico mundial.
Em seguida, na quarta sessão, Eduardo Giacomazzi, diretor adjunto do Comitê da Cadeia Produtiva de Saúde e Biotecnologia da FIESP, destacou que 78% das empresas de biotecnologia dependem de recursos públicos. Segundo Giacomazzi, o Brasil tem enorme potencial para atrair parceiros financeiros e tecnológicos, sendo a rede ELAN fundamental para o estabelecimento de parcerias entre empresas brasileiras e europeias. A presidente do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (CONFAP), Zaíra Turchi, destacou a atuação do Conselho, composta por 26 fundações estaduais, que, juntas, somam R$ 2 bilhões em recursos para investimentos em pesquisa. A CONFAP apoia a cooperação com a União Europeia por diversas iniciativas como, por exemplo, o Programa Marie Sklodowska Curie Actions, o Centre for Europe-Brazil Business Innovation Cooperation (Cebrabic) e o Water JPI.
Sessão de pitches abre período da tarde
O período da tarde foi iniciado por uma sessão de pitches. “Organizações europeias fizeram apresentações e responderam a três perguntas, o que suas empresas fazem, o que elas querem fazer aqui no Brasil e com qual tipo de organização eles buscam parcerias. Também tivemos organizações brasileiras fazendo o mesmo”, explica Unai Calvar, coordenador de Technology-Based Business Opportunities (TBBOs) da Rede ELAN e moderador da sessão.
O primeiro a falar foi Javier Villalón Vara, da FPV Proyectos Empresariales, organização que apoia empresas que queiram fazer negócios na Espanha ao auxiliar no processo de requerimento de vistos, busca por parceiros locais, ou mesmo em questões bancárias e financeiras.
Luis Matías-Hernández, cientista chefe da Sequentia Biotech, falou em seguida. A organização busca empoderar parques científicos e companhias privadas nas áreas de bioinformática, biotecnologias, Data Management e P&D.
Isabelle Lauger, CEO da Life Sciences Expertise, apresentou a atuação da organização em ciências da saúde, consultoria, treinamento, serviços de validação e desenvolvimento de software. Durante o evento, Isabelle busca aumentar a rede de contatos, encontrar novas oportunidades de negócios na América Latina e no Brasil, em particular.
Em seguida, Fernando Rojas, da Navandu Technologies, empresa que desenvolve soluções digitais para a indústria farmacêutica, apresentou o Dr. Robert, um assistente digital (boot) que auxilia médicos a encontrarem informações de forma prática e eficiente.
Damian Kasperczyk, CEO da Ekoinwentyka, focou na tecnologia desenvolvida pela empresa para purificação do ar através do Compact Trickle Bed Bioreactor (CTBB), com potencial de aplicação em diversos ambientes de risco.
Já a Dr. Maja Dutour Sikiric, do Ruđer Bošković Institute, o maior instituto científico da Croatia, destacou o interesse da instituição em aprofundar contato com os institutos de pesquisa brasileiros, para troca de conhecimento e estabelecimento de parcerias.
Para representar a Heath in Code, empesa espanhola focada em genética cardiovascular, tivemos o pitch de Ana Paula Ariano, que destacou o interesse da organização em buscar oportunidades de negócios e parceiros no Brasil.
Na sequência, falou Przemyslaw Kosmider pela Techonology Partners, organização de pesquisa e tecnologia com mais de 2500 pesquisadores e responsável por mais de 1500 projetos de P&D por ano. Kosmider também representou a TMBK Partners e a Shefoot Laboratories.
Rômulo Oliveira, falou em nome da Textia, uma spinoff da Tecnalia, que vende um nanomaterial patenteado para uso na área de saúde.
Ewelina Nycz, diretora da Procarpathia, ressaltou as iniciativas da organização para promover ambiente propício a negócios para comunidades e autoridades locais.
Também fizeram suas apresentações as empresas brasileiras Vital, que contou com a presença de seu diretor comercial, Eduardo Rodrigues, e de sua diretora administrativa, Juliana Hoch, e a 8Blue, por meio de seu fundador Marcelo Teixeira.
Por fim, foi a vez do pitch de Mateus Pereira, representante no Brasil da empresa holandesa Spectator Video Technology, focada em soluções de videomonitoramento e aplicativos de saúde capazes de auxiliar na interação entre médicos e pacientes.
Na sequência: Workshop de co-criação entre empresas brasileiras e europeias
Como última atividade do dia, foi a vez do Workshop de Co-Criação, realizado com a presença de empresas brasileiras e europeias. Baseada na metodologia de Design Thinking, a iniciativa teve o objetivo de desenvolver uma agenda compartilhada de resolução de problemas relacionados à cooperação internacional.
“O principal objetivo é estimular uma maior interação e conhecimento entre as empresas através da aplicação de uma série de metodologias que identificam os principais desafios e competências das empresas presentes”, explica Thiago Veloso, analista de empreendedorismo da Biominas e um dos coordenadores do workshop. “O objetivo final é que as pessoas saiam daqui já sabendo muito melhor com quem conversar e sobre o que conversar nas reuniões de amanhã, durante a rodada de negócios”, completa Veloso.
Nesta sexta-feira (6), o evento ELAN Network 2017 continua com sessões em temas como Saúde 4.0 e Propriedade Intelectual na parte da manhã e, no período da arte, com rodadas de negócios e com o workshop Horizon 2020.
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As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no site do evento.
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