Foi realizado nesta quarta-feira (24), durante a 27ª edição da Conferência Anprotec, o 1º Encontro Brasileiro dos Ambientes de Aceleração. A atividade reuniu representantes e convidados de aceleradoras de todo os estados brasileiros e contou com apresentação de quatro painéis sobre empreendedorismo e ambientes de aceleração.
O encontro foi aberto pelo diretor de ambientes de inovação da Anprotec, Alexandre Jacobs, que falou sobre os painéis apresentados e convidou os palestrantes para dar início à atividade.
O primeiro painel “O futuro dos ambientes de aceleração no Brasil”, teve como mediador José Alberto Aranha (Anprotec) e contou com Renato Valente, da Aceleradora Wayra / Telefônica; Elisa Carlos, da ABDI; Lindária Sofia, Gávea Angels, e Sandro Cortesia, da Aceleradora Ventuir. Eles discutiram temas como os modelos de aceleração que estão surgindo, qual o papel de cada um deles, como diferenciá-los e apoiá-los. Também foram abordadas as diferenças entre aceleradoras, os programas e ambientes de aceleração e a integração desses ambientes com incubadoras, parques tecnológicos e demais ambientes de inovação.
Lindária Sofia abriu o painel falando sobre a sua experiência unindo todos os atores da cadeia empreendedora e falou sobre a importância de se levar em conta os fatores culturais do ambiente em que você deseja estimular a inovação e sobre as ideias pré-estabelecidas que muitos possuem sobre as startups. “O primeiro desafio é romper o preconceito de que para abrir uma startup é preciso ser um gênio da computação. É necessário estimular o pensamento de negócios. Os elos do mercado (parcerias entre grandes empresas, aceleradoras, incubadoras etc) precisam continuar existindo para que o empreendedorismo inovador não deixe de ser estimulado”, disse.
Para Elisa Carlos, a grande jogada da startup é a capacidade de aprender e se adaptar o tempo todo. “É preciso estar atento às mudanças e saber lidar com as necessidades do mercado”, afirmou. Renato Valente ressaltou que já existe uma conscientização das grandes empresas para a necessidade de investir ou buscar parcerias com startups e laboratórios. Ao final do painel, Alexandre Jacobs abriu espaço para perguntas e debate entre os participantes e os painelistas.
O segundo painel abordou o tema “Internacional: Best practises in metrics and impact indicators”. Palestraram sobre o tema, David Fonseca, da Velocity – San Antonio/TX/ USA, Robert Janssen, da Aceleradora Outsource Brazil – Rio de Janeiro e São Francisco/USA, Marcelo Lebendiker, Tec. Park, Incubator Costa Rica e Jorge Varela, da InBIA and Texas Angel Networks TX/USA. Foram debatidos temas como programas de aceleração, desenvolvimento de ecossistemas de inovação e retorno de investimentos.
Jorge Varela deu início à atividade contando um pouco sobre a sua experiência e sobre as diferenças nos ambientes de empreendedorismo pelo mundo. Marcelo Lebendiker falou sobre a inovação na América Latina e as diferenças em relação a países que possuem um forte mercado de capitais. Ele ressaltou a necessidade de incorporar o ecossistema de inovação ao mercado como um todo, assim como acontece na Europa e EUA. “A questão não está em como iremos gerar ambientes de inovação e sim em como entraremos nos mercados de capitais e transformaremos ideias em inovação de fato”, afirmou. Ele também explicou sobre as métricas utilizadas pelos investidores nos EUA para avaliar as startups.
Robert Janseen abordou o fato de que o mercado nacional de startups ainda não tem a força para competir de igual com o mercado internacional em países já com os ecossistemas de inovação desenvolvidos. Para ele um dos motivos é a própria falta de cultura empreendedora no país: “Acho que falta no Brasil uma cultura associativa e a capacidade de transcender o assistencialismo que está impregnado na nossa sociedade. É necessário ser mais colaborativo”, afirmou.
O terceiro painel apresentou o “Case de Florianópolis” e foi mediado por Otávio Picasky, da Aceleradora Darwin. Os palestrantes José Eduardo Fiates, da Fundação CERTI; Tony Chierhigini, da Incubadora CELTA; Gabriel Santos, da Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia – ACATE e Marcos Muller, da CVentures – Venture Capital, falaram sobre os diferentes componentes operando em sintonia para o desenvolvimento do ecossistema local de empreendedorismo, a história da evolução do ecossistema de Florianópolis, as melhores práticas e fatores diferenciadores e quais os próximos passos do ecossistema.
Tony Chierhigini abriu o painel falando sobre a experiência da Incubadora Celta e sobre o ecossistema de inovação de Florianópolis. “A parceria da universidade com as empresas é essencial para a sustentabilidade do nosso ecossistema de inovação”, disse.
Gabriel Santos apresentou um estudo sobre inovação em Florianópolis e mostrou algumas características do empreendedorismo inovador na região: “O nosso estudo mostrou que o número de empresas inovadoras cresceu muito nos últimos três anos e que a maioria delas é comandada por pessoas bem jovens”, disse.
A gerente de inovação do Sebrae – SC, Mariana Grapeggia, foi convidada para participar do painel e falou sobre a necessidade de comprometimento do empresário com o próprio negócio. “A participação financeira e ativa do empresário faz toda a diferença no sucesso de um novo negócio. O Sebrae possui diversas atividades e formas de incentivar o empreendedorismo inovador, mas ele só irá se sustentar se contar com todo a dedicação do empreendedor”, ressaltou.
O painel de encerramento teve como tema “Os novos ambientes de aceleração”. Mediado por Sandro Cortesia, da Aceleradora Ventiur, a atividade recebeu o palestrante Vitor Andrade, da Aceleradora Oracle; Bernardo Stefan, da Oito – Aceleradora da Oi; Carlos Rebelo, da Aceleradora Sai do Papel; Antonio Marcon, da Samsung e Renato Valente, da Wayra/Telefônica.
O painel falou sobre os espaços de coworking, os FabMakers, Hubs, aceleradoras sociais, aceleradoras temáticas, programas de aceleração corporativos e grupos anjos.
Carlos Rebelo falou sobre o empreendedorismo no Rio de Janeiro e sobre a história da Sai do Papel. Já Renato Valente falou sobre os programas para startups da Telefônica e as parcerias que eles estão fazendo com ambientes de inovação pelo país. Para Bernardo Stefan, a abertura de espaços para inovação incentiva novos negócios e parcerias: “Muitas ideias e negócios inovadores surgem de bate-papos realizados nos espaços de dedicados à inovação. Quando esses espaços conseguem orquestrar essas colaborações, as chances de crescimento do empreendedorismo inovador crescem muito”, diz. O painel foi encerrado com a abertura de espaço para perguntas e respostas.
*Fonte: Conferência Anprotec