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A 27ª Conferência Anprotec teve início nesta segunda-feira (23), com o minicurso “Sustentabilidade, inovação e liderança”, ministrado pelo professor Celso Funcia Lemme, da COPPEAD/UFRJ. Durante três horas, diante de uma plateia de mais de 50 pessoas, o professor debateu sobre a rapidez no desenvolvimento de novas tecnologias e a mudança provocada no dia-a-dia das sociedades. Na palestra, foram trabalhados dezenas de exemplos e cases para tratar, de forma interativa, assuntos como avaliação de ciclo de vida, economia circular, economia de trocas, consumo consciente e cooperação competitiva.
Foram analisadas, por exemplo, três inovações dispares que trataram o uso de água de forma sustentável: a produção de cachaça artesanal no interior de MG, instalação de datacenters do Google e ecobanho em leitos hospitalares. Outro ponto analisado foi o impacto e comportamento depois da instalação de tecnologias como o Uber, Airbnb e Whatsapp. “Pessoas sempre foram transportadas, sempre se hospedaram e se comunicaram. As atividades são as mesmas desde sempre. Só não sabemos ainda o alcance que as transformações vão produzir”, relata o professor.
Outro ponto abordado no minicurso foram os entraves à inovação, entre eles a dificuldade de gerenciar pessoas e sobre como lidar com ganhadores e perdedores envolvidos na inovação desenvolvida. Para explicar conceitos de inovação e inspiração, o professor avaliou comportamentos inovadores, como os de Pelé e Ayrton Senna, que inverteram a lógica do jogo, ou ainda da introdução do salto de costas em competições, que contrariaram a intuição. “Inovação é perceber diferente e geralmente são movimentos que geram contradições. Inovar é fazer apostas grandes como futuro”, diz Celso Lemme.
Segundo o professor, além da atitude, a inovação necessita de uma curiosidade bem direcionada para a solução de problemas. E que, atualmente, os setores que estão atraindo atenção são infraestrutura, água, saneamento, energia e gestão de resíduos, justamente onde se identificam os maiores problemas das economias.
Para Celso Lemme, o grande desafio atual para quem promove inovação é buscar modelos de negócios que gerem benefícios preventivos e que, ao mesmo tempo, sejam lucrativos. “A geração anterior tinha o desafio de conseguir a informação. O desafio agora é fazer o uso inteligente da informação. A percepção é a chave da inovação”, diz ele, que fez uma breve análise histórica das atitudes da civilização ao longo das décadas e como se adequaram às mudanças.
Para exemplificar o impacto de atitudes inovadoras e, principalmente, sobre como lidar com o fracasso, o professor detalhou o caso de uma leoa Kamunyak snarls, que adotou um orix bebê, originalmente sua presa, e que, mesmo na tentativa de protegê-lo, acabou perdendo para outros predadores. Mesmo assim, a leoa ainda adotou outros três orix, contrariando as atitudes usuais de sua própria espécie e, ao insistir na proteção de outros, persistir diante do fracasso. Se estamos falando de um animal que consideramos irracional, imagina o que não podemos fazer ao ter uma nova percepção e como podemos lidar com o fracasso”.
Para finalizar, Celso detalhou o conceito de green planet e sobre como tem sido o caminho das organizações para sobreviver na nova sociedade do consumo de atitudes mais saudáveis e responsáveis. Como exemplo, ações como a compra da Mãe Terra pela Unilever, a Sucos do Bem pela Coca-Cola, entre outros. O professor sugere que as companhias passem a usar novas métricas como indicadores de sucesso, entre elas a combinação de questões sociais, ambientais e financeiras ao resultado do negócio.
* Fonte: Conferência Anprotec
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