- Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores
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A Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia do Mato Grosso (Secitec-MT) está ao lado da Arca Multincubadora e da Universidade Federal do Mato Grosso na organização local da 25ª Conferência Anprotec. Em entrevista, a secretária Luzia Helena Trovo M. de Souza fala sobre o tema do evento, sobre a importância do agronegócio para a região e a necessidade de desenvolver e investir na economia verde e em energias renováveis. Luzia Helena é pedagoga, foi professora da Universidade Federal do Mato Grosso e trabalhou por 32 anos na Secretaria de Educação do Estado de Mato Grosso. Antes de assumir o cargo de secretária, desempenhava um trabalho técnico na Superintendência de Educação Superior da Secitec, onde implantou o Sistema Estadual de Avaliação do Ensino Superior.
O tema desta edição da Conferência é “Ambientes de inovação mais sustentáveis: o empreendedor como protagonista da nova economia”. Por que esse tema se relaciona com o modelo de desenvolvimento de Mato Grosso?
Mato Grosso tem experimentado um forte desenvolvimento econômico, iniciado na década de 1970, a partir do desenvolvimento de tecnologias de utilização do cerrado. Atualmente, o estado é o maior produtor de grãos do Brasil, como soja e milho, além de também liderar a produção de bovinos, algodão, peixe de viveiro e de estar se destacando na produção de aves e suínos.
Em razão disso e por abrigar três ecossistemas importantes – Pantanal, Cerrado e Amazônia – há uma preocupação constante e crescente em que, primeiro, esse desenvolvimento se dê de maneira sustentável e, segundo, que represente distribuição de renda e melhoria do bem-estar da população.
Este desenvolvimento, em princípio calcado historicamente na pecuária, enfrenta desafios vários, dentre os quais, o de dotar o estado da infraestrutura adequada para o escoamento da produção, majoritariamente centrada nas exportações, e desenvolver a agroindústria, a indústria de transformação, o setor de turismo e de serviços de forma a, reconhecendo a biodiversidade que o caracteriza, agregar valor à riqueza gerada, buscando o bem-estar social desejado.
Na perspectiva da nova economia, Mato Grosso possui condições ideais para o desenvolvimento de negócios sustentáveis nos setores da economia verde, energias renováveis, biotecnologia, biomateriais, ecoturismo e economia criativa, capazes de contribuírem para a melhoria do bem-estar da população e para a redução das desigualdades sociais.
A seu ver, qual o cenário de Ciência e Tecnologia na região Centro-Oeste?
O cenário é favorável. Embora haja ainda um incipiente ambiente para o desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação no estado, pode-se constatar que, ao lado das Instituições de Ciência e Tecnologia, universidades e institutos de pesquisa, o setor produtivo do agronegócio tem se empenhado no desenvolvimento da CT&I, com a criação de entidades privadas de pesquisa muito eficientes, com resultados reconhecidos.
Ao mesmo tempo, o atual governo tem um claro compromisso de cumprir o seu papel através da consolidação e ampliação das instituições públicas e privadas no tocante à formação de mão de obra especializada, nos níveis técnico e tecnológico, por meio das Escolas Técnicas Estaduais, e com a regulação e supervisão das atividades das entidades que atuam no setor.
Vale ressaltar que o norteamento das ações nessa área está sendo dado pela discussão com os segmentos público e privado, representativos da sociedade, pela revisão e revitalização do Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (PECT&I), uma vez que sua última versão data de 2007, e pela reorganização do Conselho Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (CECT&I).
No âmbito do CECT&I, serão constituídos fóruns temáticos permanentes, com representação ampla da sociedade civil, que deem sustentação conceitual, metodológica e política à atuação desse Conselho.
Por outro lado, pretende-se que o Plano seja amplamente discutido e concluído até o final de 2015. Com a participação de todos os segmentos, públicos e privados, da sociedade mato-grossense, o PECT&I deverá refletir, no âmbito da região Centro-oeste, as diretrizes principais que vêm sendo a marca do desenvolvimento regional reconhecido, marcante para a prosperidade desta parte do Brasil.
De que forma a realização da Conferência em Cuiabá pode alavancar esse setor na região e no estado de Mato Grosso?
Nesse cenário que se procurou delinear anteriormente, a realização da 25ª Conferência Anprotec, em Cuiabá, será especialmente decisiva para o fortalecimento das ações em desenvolvimento na área de CT&I, uma vez que haverá a possibilidade concreta de se discutirem temas relevantes que impactam positivamente o momento atual e futuro de Mato Grosso.
Acresça-se ainda um fato decisivo para o fortalecimento de ações de CT&I no estado que é o lançamento do Parque Tecnológico, na cerimônia de abertura da 25ª Conferência Anprotec 2015. O parque terá um modelo de expansão por meio de polos que serão instalados nas mais diversas regiões do estado.
Quais ações a Secretaria desenvolve para incentivar o empreendedorismo inovador no estado?
A Secretaria, além das ações anteriormente mencionadas, vai organizar e institucionalizar a Rede Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, que abrigará os entes, públicos e privados, responsáveis pela formação de pessoal em nível superior e técnico do estado. Essa iniciativa junto a ações, como o PECT&I e o CECT&I, buscam fortalecer a área de CT&I, de forma a institucionalizar e legitimar a atuação de todos os segmentos no estabelecimento de políticas públicas efetivas que visem o desenvolvimento econômico e social de Mato Grosso.
Nessa direção, a Fundação de Amparo à Pesquisa de Mato Grosso (Fapemat), possui linha de apoio a pesquisadores para o financiamento de projetos de inovação e a Secitec tem incrementado a aplicação de incentivos fiscais, regulamentados por legislação estadual específica, para empresas inovadoras, a exemplo do Programa de Desenvolvimento Científico e Tecnológico de Mato Grosso e o apoio às incubadoras de empresas e aos Núcleos de Inovação Tecnológica, além de manter o escritório do Instituto Nacional de Tecnologia, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
*Foto: José Medeiros/Secom MT
