Desenvolver uma agenda de inovação e de pesquisa científica e tecnológica no turismo é o objetivo de protocolo de intenções assinado na última quinta-feira (11) entre ministros da Ciência, Tecnologia e Inovação, Clelio Campolina Diniz, e do Turismo, Vinicius Lages, e o presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI), Glaucius Oliva. O instrumento tem vigência inicial de cinco anos.
Foto: Campolina (ao centro), Vinicius Lages e Glaucius Oliva assinam o documento no MCTI.
As medidas previstas incluem bolsas no país e no exterior, fomento a redes de observatórios, editais de fomento à pesquisa, estímulo ao empreendedorismo, apoio ao desenvolvimento de tecnologias da informação e difusão do conhecimento por meio de publicações e eventos. Outro item é a premiação de estudos com foco nos eixos estratégicos do novo ciclo do turismo e de cidades inteligentes.
“Com o aumento da renda, cada vez mais as pessoas estão desejosas de consumir aquilo que vai além de suas necessidades básicas. Querem lazer, mais oportunidades, querem conhecer outras localidades e ter mais acesso à cultura e às reservas naturais”, disse Campolina. “Com nossa dimensão territorial, quando a gente compara as cifras brasileiras às de outros países vê que o potencial turístico é muito maior que aquele que já está sendo explorado.”
O titular do MCTI destacou a necessidade de capacitação para lidar com a diversidade natural e cultural do país. Também observou que a futura parceria tem um caráter inédito no país e seu efeito se multiplicará no que diz respeito aos recursos humanos.
Para o ministro Vinicius Lages, a inovação representa a chance de um grande ganho em eficiência e qualidade na oferta turística brasileira. Como exemplos da aplicação de ciência e tecnologia na área, ele lembrou da indústria criativa em eventos como o Carnaval e o Festival de Parintins, da logística de locomoção, das tecnologias assistivas que garantem o acesso de pessoas com deficiência às atrações, da melhoria das condições de segurança nos parques nacionais, da eficiência energética e da gestão de resíduos. “O turismo é um grande receptor da inovação que ocorre nos laboratórios, na academia e nas empresas, mas também é um indutor da inovação”, resumiu.
Hospitalidade
Lages apontou a dimensão humana como fundamental para a área e disse que saber cuidar melhor das pessoas é um grande desafio para o Brasil. “Num país que vai ter uma demografia que vai exigir mais cuidado [a média de idade deve aumentar nas próximas décadas], essa hospitalidade é um campo de conhecimento sofisticado e tem portabilidade”, disse. “Em qualquer área de atuação, quem souber fazer da prestação de serviço algo prazeroso, memorável, isso vai valer. Na área de saúde, na área de educação, outros campos da economia.”
A necessidade de aprofundar o conhecimento sobre o país para “oferecer o melhor” para os visitantes e alavancar a área também foi ressaltada por Glaucius Oliva. “Essa é uma indústria com potencial não só econômico, mas principalmente social, pela sua permeabilidade na população. Gera emprego, gera renda”, comentou.
Ele lembrou que o CNPq se aproxima de uma centena de chamadas públicas focadas em áreas específicas de desenvolvimento, lançados com outros ministérios e órgãos do governo. “Ciência, tecnologia e especialmente seu impacto na inovação é muito transversal a todas as áreas governamentais, e toda gestão moderna se ampara no patrimônio de conhecimento da nação na hora de formular políticas públicas”, disse. Segundo o presidente da agência, o volume de projetos recebidos mostra que a comunidade científica está pronta para desafios como esse.
* Com foto e informações do MCTI