Na manhã desta quinta-feira (25) a terceira sessão plenária reuniu participantes no auditório principal do XXIV Seminário Nacional para debater “Ambientes de inovação: uma conexão fundamental ao desenvolvimento”. Conduzida pelo coordenador geral de Serviços Tecnológicos da Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Jorge Mário Campagnolo, a sessão teve como debatedores convidados o chefe de atendimento do Centro de Negócios Inovadores da European Business and Innovation Network (EBN), Giordano Dichter, e o diretor do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), Antonio Carlos Filgueira Galvão.
Para Dichter, da EBN, qualquer estratégia de desenvolvimento econômico deveria estar baseada na promoção do empreendedorismo. Segundo ele, estudos da entidade apontam que o investimento público em ambientes de inovação tem um retorno entre 12 e 16 meses, na forma de impostos e geração de empregos. Também nesse sentido, as estatísticas apontam que startups geram 57 empregos por ano. A EBN, atualmente, apoia cerca de 150 Centros de Negócios & Inovação (BIC, na sigla em inglês) em 40 países. “O nosso foco é a qualidade e não a quantidade desses empreendimentos. Damos suporte a associados para que gerem negócios inovadores que tenham um impacto econômico positivo em seus locais de atuação”, explicou.
Dichter anunciou que em breve o Brasil fará parte da rede de relacionamento da EBN e terá um BIC certificado pela entidade.
Galvão, do CGEE, também falou sobre a redução das desigualdades regionais e sociais, por meio do incentivo a políticas públicas que promovam o empreendedorismo inovador baseado nas diferentes características regionais do Brasil. “A gente pode e deve botar mais inteligência nisso. Acho que temos uma visão míope, tentando reproduzir coisas que já fizemos no passado e que geram concentração nos espaços territoriais. Temos condição de trabalhar melhor com a integração desses espaços”, argumentou.
O diretor mencionou a dificuldade de determinadas regiões do Brasil em competirem com outras que, no passado, receberam um aporte financeiro desigual para se desenvolverem. Para reverter esse cenário e traçar novas estratégias de desenvolvimento, o CGEE está trabalhando na construção de planos regionais, sobre os quais todos os atores da base dos territórios se debruçam para equacionar e aprimorar a política de desenvolvimento científico e tecnológico. “Os planos do Norte e do Nordeste, por exemplo, dialogam diretamente com a problemática de parques e incubadoras”, concluiu.
* Foto: Roberto Ribeiro. Confira a cobertura fotográfica completa aqui.