A última sessão plenária do XXIV Seminário Nacional de Parques Tecnológicos e Incubadoras de Empresas abordou o tema “Conexões globais: abordagem efetiva para desenvolvimento de cooperação em CT&I”. Organizada no âmbito do B.BICE+, a sessão apresentou iniciativas brasileiras e europeias para promoção de atividades de Ciência, Tecnologia e Inovação.
O ex-presidente da Anprotec e diretor do Parque Tecnológico UFRJ, Mauricio Guedes era um dos painelistas e iniciou sua apresentação relembrando o início do movimento de incubadoras e parques no Brasil, a partir do primeiro Seminário Nacional, realizado no Rio de Janeiro, em 1987. “Esse evento, de caráter internacional, contou com 400 participantes e deu origem à Anprotec, que foi fundada por cerca de uma dezena de instituições e hoje congrega centenas”, afirmou.
Guedes traçou um panorama dos investimentos em Ciência, Tecnologia e Inovação no país, destacando os desafios relacionados à elevação desses investimentos e apresentou o caso do Parque Tecnológico UFRJ, que neste ano completa 11 anos e atraiu várias empresas multinacionais. Para ele, as universidades têm papel fundamental na geração de uma indústria baseada no conhecimento. “O papel das universidades está mudando em todo o mundo, de modo que elas participam cada vez mais da dinâmica produtiva”, concluiu.
Na sequência, Jukka Viitnaen apresentou a Hubconcepts, iniciativa finlandesa que oferece serviços de planejamento, desenvolvimento e gestão de ecossistemas em vários países. “Nosso objetivo é avaliar os ecossistemas e seu potencial para a construção de um futuro sustentável”, explicou. Segundo ele, a abordagem do Hubconcepts para o desenvolvimento de ecossistemas envolve questões relacionadas à governança, à gestão de parcerias e à identificação de alianças estratégicas.
Finalizando a sessão, o chefe da Seção de Comércio e Investimento da Delegação da União Europeia para o Brasil, Nicola Ardito, destacou a importância da cooperação em CT&I entre o Brasil e os países da UE. “A União Europeia é o maior parceiro comercial do Brasil, o maior investidor estrangeiro no país e empresas europeias são líderes tecnológicas em setores-chave para os brasileiros. Isso indica um grande potencial de cooperação”, afirmou. Ao final da sessão, questionado pela moderadora sobre os desafios para ampliar os níveis de inovação no país, Ardito foi categórico. “Os países europeus têm índices positivos na área educacional, o que nos permite avançar na inovação. No Brasil, me parece que é preciso conectar a área educacional ao desenvolvimento científico e tecnológico. Não se faz inovação sem pessoas formadas para isso”, concluiu.
* Foto: Roberto Ribeiro. Confira a cobertura fotográfica completa aqui.