Painel: “Práticas para construção de ecossistemas de impacto – Caminhos para a sustentabilidade nas economias latino-americanas”

A tarde do terceiro dia da 34ª Conferência Anprotec foi marcada pelo painel “Práticas para construção de ecossistemas de impacto – Caminhos para a sustentabilidade nas economias latino-americanas”. A sessão discutiu estratégias e práticas para construir ecossistemas de impacto que promovam o desenvolvimento sustentável e inclusivo na América Latina.

O moderador José Alberto Sampaio Aranha, Conselheiro da Anprotec, iniciou o painel refletindo sobre as duas grandes variáveis que desafiam o mundo contemporâneo: a questão social e a sustentabilidade. A partir dessa perspectiva, deu início às discussões sobre como enfrentar esses desafios por meio da inovação e da colaboração. “Iniciamos este painel com uma reflexão sobre dois grandes desafios globais que moldam o nosso presente e futuro: a questão social e a sustentabilidade. Este é um momento para dialogarmos sobre como práticas e estratégias podem fortalecer ecossistemas de impacto, promovendo o desenvolvimento sustentável e inclusivo nas economias da América Latina. Estamos diante de uma oportunidade para integrar visões e ações que transformem esses desafios em soluções concretas para a sociedade.”

Sheila Pires, Diretora do Departamento de Apoio aos Ecossistemas de Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), destacou a Estratégia Nacional de Economia de Impacto (ENIMPACTO), relançada em agosto de 2023 com foco na unificação de economias de impacto. A política pública, que agora tem metas definidas até 2032, ampliou a representatividade de minorias e promoveu programas como “Mulheres Inovadoras” e “ELAS”, que incentivam a participação no mercado de sustentabilidade.

“A ENIMPACTO é mais do que uma estratégia, é um compromisso com um futuro mais inclusivo e sustentável. Estamos ampliando as oportunidades para que negócios de impacto prosperem, especialmente aqueles liderados por mulheres e outros grupos historicamente sub-representados. O mercado de sustentabilidade não é apenas uma tendência, mas uma necessidade, e estamos trabalhando para garantir que ele seja acessível a todos que queiram contribuir para a transformação social e ambiental do nosso país”, explicou Sheila. 

Na sequência, Camila Medeiros, Diretora de Inovação do GNova/Enap, apresentou o papel do GNova como laboratório pioneiro em inovação no setor público, responsável por criar ambientes seguros para experimentação e soluções de desafios relacionados a políticas públicas. Camila destacou a estratégia de inovação aberta da Enap, que mobiliza o empreendedorismo em larga escala e busca resolver problemas sociais por meio da inovação.

“Nossa missão é criar pontes entre a inovação e as políticas públicas, promovendo soluções que atendam às necessidades reais da sociedade. A estratégia de inovação aberta permite que diferentes setores colaborem para superar desafios complexos, incentivando o empreendedorismo como ferramenta de transformação. No GNova, acreditamos que experimentar, falhar e aprender faz parte do processo de construir políticas mais inclusivas e efetivas para o Brasil”, exemplificou Camila Medeiros.

Já Camila Aloi, Gerente do Instituto de Cidadania Empresarial (ICE), trouxe ao debate a iniciativa Coalizão pelo Impacto, um programa multissetorial nacional que trabalha na formação, fomento e conexão de negócios de impacto. O lema do programa é promover mais e melhores negócios, com modelos que ofereçam soluções concretas para problemas sociais e ambientais.

“Na Coalizão pelo Impacto, acreditamos que a conexão entre diferentes setores é essencial para promover negócios que não apenas cresçam, mas que também resolvam problemas sociais e ambientais de forma concreta. Nosso foco está em criar redes de colaboração, fomentando iniciativas que gerem impacto positivo e ajudem a construir um futuro mais inclusivo e sustentável para todos”, pontuou a representante do ICE. 

Carlos Gabriel Koury, Diretor de Inovação em Bioeconomia do Idesam, encerrou o painel apresentando estudos relacionados às cadeias produtivas da Amazônia. Koury destacou a importância de conectar os atores dessas cadeias de valor, criando soluções inovadoras que promovam a conservação ambiental e a redução da pobreza, alinhando sustentabilidade e negócios de impacto.

“Na Amazônia, as cadeias produtivas têm um papel crucial não apenas para a economia local, mas para a conservação global. Nosso trabalho busca conectar os atores dessas cadeias, promovendo soluções inovadoras que combinem geração de renda, redução da pobreza e proteção ambiental. É possível construir um modelo que alie desenvolvimento sustentável e impacto positivo, respeitando a riqueza natural e cultural da região”, disse Carlos. 

O painel apresentou diversas iniciativas e possibilidades para construir ecossistemas que integrem inovação e sustentabilidade, fortalecendo as economias latino-americanas.

A 34ª Conferência Anprotec foi realizada de 2 a 5 de dezembro, no Parque de Inovação Tecnológica de São José dos Campos, em uma parceria entre a Anprotec e o Sebrae. O evento contou com o apoio de patrocinadores como Finep, CNPq (MCTI), Confea, Crea e Mútua. A programação incluiu uma ampla variedade de workshops, painéis e apresentações de cases de sucesso, consolidando-se como um espaço de destaque para discussões sobre inovação e empreendedorismo.