Na tarde do penúltimo dia da 34ª Conferência Anprotec, ocorreu o painel “Neoindustrialização: Brasil e os Ambientes de Inovação”, que explorou como a iniciativa Nova Indústria Brasil pode colaborar com parques tecnológicos, incubadoras, aceleradoras e outros ambientes de inovação para impulsionar a transformação econômica e social no país.
A sessão foi moderada por Pedro Valadão Carelli, Pró-Reitor de Pesquisa e Inovação da Universidade Federal de Pernambuco e Coordenador do Colégio de Pró-Reitores de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação das Universidades Federais, e contou com três palestrantes que trouxeram perspectivas complementares sobre o tema.
Guila Calheiros, Diretor de Planejamento e Gestão da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII), abriu o painel com a palestra “Desindustrialização no Brasil”, destacando a importância de iniciativas estratégicas para reverter esse cenário. Ele apresentou os esforços da EMBRAPII para fortalecer a capacidade de inovação aberta, ampliar a participação de startups na rede EMBRAPII e integrar seus polos com parques tecnológicos, criando sinergias para inovação em rede.
“A desindustrialização no Brasil não é apenas um desafio econômico, mas também social. Precisamos fortalecer a conexão entre startups, parques tecnológicos e polos de pesquisa para fomentar uma cultura de inovação aberta e colaborativa. A EMBRAPII está comprometida em liderar esse movimento, criando redes que impulsionem a competitividade e a sustentabilidade industrial do país”, destacou Guila Calheiros.
Em seguida, Alessandro Pansanato Rizzato, Gerente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), abordou o papel das políticas de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) como catalisadoras de transformação. Rizzato destacou como a CNI atua para conectar demandas da indústria com ambientes de inovação escaláveis e sustentáveis, criando condições para a perenidade e o crescimento desses ecossistemas.
“A inovação é o elo que conecta as demandas da indústria às soluções capazes de transformar realidades. Nosso papel na CNI é garantir que as políticas de CT&I sejam instrumentos eficazes para gerar impacto econômico e social, fortalecendo ecossistemas que sejam escaláveis, sustentáveis e alinhados às necessidades do mercado”, ressaltou Alessandro Pansanato Rizzato.
Encerrando a plenária, Adriana Faria, Presidente da Anprotec e Diretora do TECNOPARQ, apresentou um panorama do posicionamento do Brasil no cenário global de inovação, trazendo dados que revelam a posição ainda tímida do país nos rankings de inovação. Sua fala enfatizou a necessidade de impulsionar os ambientes de inovação por meio de parcerias entre universidades, incubadoras, empresas e ecossistemas tecnológicos. Ela reforçou que a transformação do cenário industrial brasileiro depende de incentivos, estratégias claras e apoio institucional.
“O Brasil está entre os 15 maiores produtores de ciência no mundo, mas ocupa uma posição modesta, em torno do 50º lugar, nos rankings globais de inovação. Esse desequilíbrio evidencia a urgência de integrar melhor nossa produção científica às demandas do mercado e à criação de soluções tecnológicas aplicáveis. Para mudar esse cenário, é fundamental fomentar parcerias estratégicas entre universidades, incubadoras, empresas e ecossistemas tecnológicos, com incentivos robustos e políticas consistentes que estimulem a inovação e o empreendedorismo.” – destacou Adriana Faria.
O painel trouxe à tona o reposicionamento estratégico do Brasil na indústria e inovação, evidenciando o papel crucial dos ambientes de inovação para o desenvolvimento econômico sustentável.
A 34ª Conferência Anprotec foi realizada de 2 a 5 de dezembro, no Parque de Inovação Tecnológica de São José dos Campos, em uma parceria entre a Anprotec e o Sebrae. O evento contou com o apoio de patrocinadores como Finep, CNPq (MCTI), Confea, Crea e Mútua. A programação incluiu uma ampla variedade de workshops, painéis e apresentações de cases de sucesso, consolidando-se como um espaço de destaque para discussões sobre inovação e empreendedorismo.
