Cerne certifica a primeira incubadora no nível 3 de maturidade

No final da tarde de ontem, 17, aconteceu a banca de avaliação da incubadora do Parque de Desenvolvimento Tecnológico (Padetec), da Universidade Federal do Ceará, para a conquista da certificação Cerne 3. Trata-se da primeira incubadora brasileira a receber o selo nível 3 de maturidade na gestão de incubadoras.

Realizado pela Anprotec e o Sebrae, o Centro de Referência para Apoio a Novos Empreendimentos (Cerne) é uma plataforma que visa promover a melhoria expressiva nos resultados dos ambientes de inovação de diferentes setores de atuação. Para isso, determina boas práticas a serem adotadas em diversos processos-chave, que estão associados a níveis de maturidade (Cerne 1, Cerne 2, Cerne 3 e Cerne 4) e representam passos em direção à melhoria contínua.

O objetivo do Cerne é oferecer uma plataforma de soluções, de forma a ampliar a capacidade do ambiente de inovação em gerar, sistematicamente, empreendimentos inovadores bem sucedidos. Dessa forma, cria-se uma base de referência para que os ambientes de diferentes áreas e portes possam reduzir o nível de variabilidade na obtenção de sucesso das empresas apoiadas.

De acordo com o coordenador do programa pela Anprotec, Carlos Eduardo Bizzotto, o Cerne começou como um modelo de boas práticas para incubação de empresas, mas, com toda a sua evolução foi perceptível que essas práticas também poderiam ser aplicadas em aceleradoras de empresas, pré-incubadoras, espaços de coworking, centros de inovação, espaços makers etc. “Com a devida adequação, nós podemos pensar o Cerne como boas práticas para geração de empreendimentos inovadores, independentemente do tipo do ambiente. E isso é muito importante, porque, às vezes, uma incubadora não é a melhor resposta para determinada região”, disse Bizzotto.

 

Modelo de Sucesso

O primeiro lançamento do Cerne – com toda sua documentação estruturada – aconteceu em 2011. “A partir daí começamos um processo de implantação, trabalhando para que cada incubadora pudesse implantar o modelo dentro da sua realidade. Evoluímos até 2018, quando fizemos uma modificação importante para simplificar o processo. Agora, chegamos em 2020 com a primeira incubadora Cerne 03”, contou o coordenador, já expressando a importância que esse marco traz para o Cerne.

“Isso mostra que o modelo está evoluindo constantemente e trazendo resultado para os ambientes de inovação que o estão implantando. As incubadoras que chegam ao Cerne 2, por exemplo, já estão indo para o 3; e já temos incubadoras trabalhando para certificar Cerne 4. Então, podemos dizer que temos um modelo de sucesso, que funciona e traz resultados, agregando valor aos ambientes de inovação e seus ecossistemas”, explicou Bizzotto.

O superintendente da Anprotec, Guila Calheiros, disse que é com satisfação que a Associação anuncia a primeira certificação Cerne 3, o que demonstra a consolidação e a evolução do modelo como instrumento de suporte à gestão e estruturação de empreendimentos inovadores.

“Já é uma referência internacional. Poucos ecossistemas mundiais têm um processo estruturado de formação e desenvolvimento de ambientes de inovação para a geração de resultados expressivos. O Cerne vem atuando de forma fundamental para que os gestores de incubadoras possam, cada vez, mais apoiar o empreendedorismo inovador no Brasil, além de se destacar como um importante instrumento de apoio ao crescimento sustentável desses empreendimentos inovadores, através de uma metodologia e de um modelo que consolida e transforma a realidade das áreas e ecossistemas de inovação”, acrescentou Bizzotto.

 

Benefícios para o associado Anprotec

Segundo o coordenador do programa pela Anprotec, o associado tem acesso às melhores práticas que existem em termos mundiais de incubação de empresas e desenvolvimento de empreendimentos inovadores. “Fizemos um benchmarking mundial para disponibilizar ao associado tudo de melhor que está sendo desenvolvido no mundo. Então, a Anprotec, em parceria com o Sebrae, ao organizar o modelo Cerne coloca à disposição do seu associado um caminho claro, simples, objetivo e sistematizado para a geração de resultados significativos para o seu ecossistema”, disse Bizzotto, já adiantando alguns resultados preliminares da pesquisa realizada com a FIA sobre a aplicação do modelo Cerne.

O estudo mostra que as incubadoras Cerne são reconhecidas pelos seus incubados como mais efetivas do que as incubadoras não Cerne. A pesquisa também mostra que a gestão e a sustentabilidade financeira são superiores em incubadoras Cerne. “Isso demonstra claramente os efeitos positivos que o modelo traz. Ele não é a única solução para o desenvolvimento de empreendimentos inovadores, mas é um caminho prático, e sistematizado para a transformação”, apontou Bizzotto.

 

Certificação Cerne 3 para a incubadora do Padetec

Após passar por uma banca avaliadora, ontem, 17, a incubadora do Padetec recebeu a certificação Cerne 3, sendo a primeira do Brasil a ter esse selo de maturidade.

“Para nós, que fazemos o Padetec, foi uma alegria muito grande, ao mesmo tempo em que aumentou a nossa responsabilidade com os nossos incubados e graduados. O ecossistema de inovação no Ceará está de parabéns, pois a incubadora do Padetec se localiza no Nordeste e se destaca, agora, em relação a todo o ecossistema de inovação do Brasil. Essa certificação veio coroar um trabalho de muitos anos. Somos uma das incubadoras mais antigas do Brasil, com mais de 30 anos de história e grandes empresas de sucesso lançadas no mercado”, disse o prof. Afrânio Craveiro, diretor-presidente do Padetec, já complementando: “a certificação é muito importante para nós, porque garante aos nossos incubados que estamos trabalhando de forma correta ao apoiá-los em sua empreitada para chegar ao mercado com sucesso. Agradecemos a todos os nossos incubados, a toda diretoria do Padetec, ao Sebrae e a Anprotec com seus consultores, que nos ajudaram a obter essa certificação”, finalizou o prof. Afrânio.

Com a certificação Cerne 3 da incubadora do Padetec, da Universidade Federal do Ceará, fica claro que o modelo não está fora da realidade das incubadoras brasileiras. De acordo com o coordenador do Cerne, trata-se de um ambiente de inovação muito bem organizado e estruturado, mas que não está no eixo sul-sudeste, por exemplo. “Isso demonstra perfeitamente que todas as incubadoras, seguindo o modelo e trabalhando as práticas, conseguem, rapidamente e de maneira efetiva, implantar o Cerne”, concluiu Bizzotto.