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Após do primeiro grupo de incubadoras brasileiras como Centro de Referência para Apoio a Novos Empreendimentos (Cerne), consultores e avaliadores se preparam para a implantação do modelo em outras incubadoras e a evolução das primeiras certificadas. A expectativa é que esse primeiro grupo contribua para a geração de mais e melhores empreendimentos inovadores e que os desafios enfrentados sirvam de exemplo para as próximas implantações.

O processo de implantação do Cerne vem sendo desenvolvido por Anprotec e Sebrae desde 2008, ano em que foi realizado o primeiro workshop sobre o modelo de gestão. O evento, que reuniu representantes das duas instituições e de incubadoras de todo país, promoveu as primeiras discussões a respeito da estrutura dos futuros Centros. Além disso, nessa ocasião foi distribuída a primeira cartilha do Cerne. “Foi uma prova de fogo para toda a equipe envolvida, que enfrentou, assim como as incubadoras, a primeira rodada de um desafio”, explica a diretora técnica do Instituto Christiano Becker (ICB), Regina Faria.

Desde então, começaram as análises sobre o formato das capacitações e a definição dos direitos e deveres das incubadoras, bem como a metodologia do processo, para que os ambientes de inovação pudessem iniciar a implantação. Em seguida, a Anprotec deu início à  seleção e à formação de consultores que pudessem auxiliar as incubadoras na implantação do modelo. Como consequência de todo esse processo preparatório, a metodologia foi consolidada, os manuais foram atualizados e incrementados e os gestores de incubadoras tiveram acesso a ferramentas e orientações que permitiram a implantação do modelo.

Primeiro grupo

O modelo Cerne determina boas práticas a serem adotadas em diversos processos-chave, que estão associados a níveis de maturidade (Cerne 1, Cerne 2, Cerne 3 e Cerne 4). Cada nível de maturidade representa um passo da incubadora em direção à melhoria contínua. As primeiras nove incubadoras foram certificadas em relação ao Cerne 1.

Após certificar esse primeiro grupo, o Instituto Christiano Becker, que detém exclusividade para o desenvolvimento das avaliações, trabalha para que mais incubadoras sejam certificadas como Cerne 1, bem como para que o primeiro grupo avance para o Cerne 2. “Estamos começando uma nova etapa no movimento brasileiro de incubadoras”, comemora a diretora do ICB, Regina Faria.

A diretora do Instituto incentiva as incubadoras certificadas a manterem sempre atualizados os seus procedimentos, pois as práticas evoluem rapidamente. “As incubadoras são seres vivos, que interagem com o ecossistema de inovação, sendo natural que seus processos estejam em constante evolução”, explicou.

De acordo com a consultora de projetos da Anprotec, Evelin Christina Astolpho, o primeiro grupo de instituições certificadas está pronto para implantar o Cerne 2. “Com essas incubadoras tendo passado pelo processo de certificação, avançamos agora para o nível 2”, afirmou.

A incubadora Raiar, de Porto Alegre (RS), que integra o primeiro grupo de certificadas, está organizando internamente os processos do Cerne 1, para traçar estratégias que ajudem a instituição a ampliar limites e alcançar o Cerne 2. “O que vamos fazer é adequar as mudanças necessárias para alcançarmos o Cerne 2, pensar em uma abertura maior para a comunidade em relação aos resultados da incubadora, mas sem deixar de pensar no que aprendemos no Cerne 1″, afirma a assessora estratégia da incubadora, Kellen Fraga. Segundo ela, nesta segunda etapa, a incubadora deverá estar mais atenta às especificidades de suas startups. “A segunda fase mostra que precisamos fazer um trabalho cada vez mais direcionado para o problema de cada um e isso tem sido um grande aprendizado”, conclui.

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